violência

Após queda em 2018, número de assassinatos volta a crescer em Santa Maria

Marcelo Martins

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Em 18 de março, um jovem de 29 anos morreu esfaqueado nesta casa em Camobi

Com a chegada do segundo semestre, uma preocupação se faz presente junto às forças de segurança pública: a tendência de aumento no número de mortes violentas em Santa Maria. A reportagem avaliou os números de 2015 a 2019, que mostram que a última metade do ano traz, invariavelmente, um boom nas ocorrências de assassinatos. Até junho deste ano, 22 pessoas morreram de forma violenta: 20 por homicídio e duas por latrocínio (roubo com morte), conforme a Polícia Civil. 

Veja abaixo os dados dos homicídios em Santa Maria:

VÍTIMAS E REGIÕES MAIS VIOLENTAS
Confira no gráfico abaixo o perfil das pessoas que foram vítimas dos assassinatos, a forma como foram mortas e os locais de Santa Maria onde aconteceram os crimes.


ELUCIDAÇÃO

Para o titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa, Gabriel Zanella, o crescimento não é tão substantivo. Ele afirma que isso se dá, basicamente, pelo elevado número de prisões deste ano, a maioria preventiva - 25 - e à apreensão de cinco adolescentes infratores por envolvimento em crimes de homicídio. A polícia elucidou 90% dos homicídios. 

- Não se trata de um aumento expressivo. O segundo semestre tende a ser mais preocupante, e vamos, ainda mais, trabalhar com inteligência policial e com prisões e, claro, na captura de armas - afirma Zanella.  

O delegado reforça o entendimento de que, ao menos, "80% dos crimes têm como pano de fundo o submundo do tráfico de drogas e desavenças". Ele acrescenta outro potencializador para as estatísticas: as motivações passionais. Destoando do todo, estão os três feminicídios, em que as vítimas são mortas pelo atual ou ex-companheiro. 

ASSALTOS PREOCUPAM A BM 
Do lado da Brigada Militar, o comandante do 1º RPMon, tenente-coronel Erivelton Hernandes Rodrigues, afirma ser difícil de mensurar o efeito prático da prevenção feita pela BM. Até porque "a intenção (de matar) não tem como tirar do indivíduo". Ele reforça que a preocupação está em evitar, ao máximo, o latrocínio (roubo com morte), tipo de crime que tirou a vida de duas pessoas neste ano: 

- O latrocínio é, sem dúvida alguma, o crime que mais nos preocupa. Até porque o cidadão de bem está à mercê da bandidagem e da atuação de um criminoso que quer um bem material da vítima. E, não raro, infelizmente, o bandido mata a vítima. Não há no latrocínio, por exemplo, uma vítima ligada ao mundo do crime. Ao contrário, é claro, dos homicídios. As estatísticas estão aí e mostram isso: seguramente, em 80% a 90% desses assassinatos quem morreu estava ligado ao crime. Ou seja, acabou morrendo aquele indivíduo do crime - afirma.

O comandante diz que a Brigada Militar se vale do patrulhamento direcionado para desarmar a criminalidade. Segundo ele, no primeiro semestre deste ano, 80 armas de fogo foram tiradas de circulação. Além disso, todo mês, em média, a BM captura de 30 a 40 foragidos da Justiça que deveriam estar cumprindo pena por algum crime e que estão soltos.

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